domingo, 16 de setembro de 2012

EL MOSQUETÓN 1 - AJUDAR

                        El Mosquetón está passado. Ele não sabia o quanto era complexo essa questão de ajudar. Pensava que ajudar era sempre bom, ou seja, era sempre um gesto que produzia o bem. E não é bem assim não! Por isso, El Mosquetón, ficou boquiaberto. Sem saber o que dizer!

                        É verdade, nem sempre o nosso gesto de gentileza, de auxílio etc significará equilíbrio, bondade... mesmo sendo nossa intenção a melhor. Nosso gesto pode ser uma floração que produzirá frutos estragados mais adiante. E El Mosquetón não conseguia entender muito bem a lógica do processo. Precisou de exemplos práticos!

                        Uma tarde, El Mosquetón, foi acordado de sua modorra com pancadarias na porta. Ao atende-la, foi surpreendido pelo vizinho solicitando esconder seu filho da policia... El Mosquetón, bondosamente, atendeu ao pedido, sem maiores questionamentos. 

                        Depois de passado o susto para todos, El Mosquetón, foi se inteirando do ocorrido. O filho do vizinho parecia ter atração fatal pelos pertences alheios. El Mosquetón, entre a sem-graceza de dizer algo e a indignação pelo gesto tresloucado do incauto, ficava sem entender a postura do pai, que cheio de solicitude e "bondade", defendia as honras do filho imprevidente.

                        El Mosquetón já tinha ouvido dizer que é preferível ficar vermelho uma vez e falar a verdade, do que ficar roxo muitas outras sem nada dizer. Mas, frente a frente com o problema, não teve a firmeza de postura para admoestar ao pai desavisado que ambos estavam agindo muito mal. E isso poderia ficar de mal a pior, em futuro não tão distante assim, se as coisas continuassem nesse pé. Mas, calou-se!

                        Passado um tempo, entre rumores e notícias aziagas, ficou sabendo que o dito filho fora baleado numa tentativa de assalto à mão armada. E o pai descuidado, estava inconsolável.

                        El Mosquetón ficou cheio de remorsos e consciência culpada. Pensava... antes tivesse dito aos desditosos a verdade, talvez, quem sabe, os rumos poderiam ter sido diferentes. Amarga lição, para todos os envolvidos! Lições dolorosas que abririam as portas dos séculos para a aprendizagem e reajuste de todos!

                        Na verdade, nos falta interesse maior pelo próximo; bem como, uma consciência lúcida de nossas atitudes, ações e comportamento, com suas devidas consequências. Enxergamos tudo de modo muito imediato, não nos preocupando em lançar (ou nos esforçamos por deitar) um olhar mais à frente do caminho. E também, temos muitas dificuldades de expressar o não, ou de nos afirmarmos: Não, não vou com você até aí. Posso ir contigo até aqui, é o máximo que minha consciência moral permite. Em razão destas e de outras dificuldades, teimamos em ficar alimentando ou cultivando os atalhos; escolhendo o menor esforço; optando por "aquilo" que possa nos trazer as menores complicações possíveis! É o que achamos e pensamos equivocadamente. As lições morais, a Lei de Ação-Reação nos dizem: Ledo engano! Não faças assim, pois, nos finalmentes, o custo sairá muito mais alto e bem maior do que a vossa pobre e incerta filosofia possa imaginar...

                        Portanto, estejamos atentos! E perguntemo-nos sempre: Isto que pretendo realizar ou estou fazendo está ou irá, realmente, produzir o bem? Ou seja, será motivo de equilíbrio, esclarecimento, elevação etc para todos os que se envolverão nesse processo?

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