(EM BUSCA DA PUREZA DOUTRINÁRIA)
- Texto escrito em 2003 e revisado em 2014.
Olá!
Já de início necessário se faz distinguirmos entre Espiritismo e
Movimento Espírita. Estes dois polos deveriam andar de mãos dadas,
mas, infelizmente, nem sempre isto acontece; porquanto, um sendo
movimento "dos" Espíritos, o outro (o Movimento Espírita), logicamente, é um
movimento dos homens. E aí jazem as grandes diferenças; pois, um
segue com fidelidade os postulados e orientações de Jesus, enquanto o
outro segue os entraves e aborrecimentos dos homens.
Obviamente, quando dizemos que o Espiritismo é a Doutrina DOS
Espíritos, estamos nos referindo aos Espíritos Superiores e não a
todo e qualquer Espírito, pois entre estes os há de vários níveis ou categorias,
isto é, em variadas posições evolutivas, de onde encontramos os
inferiores e superiores. Mas para entendermos melhor esta questão,
remeteremos nossos leitores e leitoras ao tópico 100 - Escala
Espírita - de O Livro dos Espíritos.
Dentro das hostes dos Espíritos Inferiores existe um movimento para denegrir,
deturpar, poluir e distorcer o Espiritismo. E eles estão agindo
sabiamente, se infiltrando dentro do Movimento Espírita, e, assim,
utilizando a própria força do oponente, vem minando-o pouco a
pouco com deturpações, ou seja, aproveitando-se das fraquezas e
imperfeições humanas, estão conseguindo "poluir" o Espiritismo,
tal como fizeram com o Cristianismo.
Na verdade, tais corações apegados e/ou serviçais de Mammon (e, dentro deste contexto, vemos aí os que não desejam a realização da reforma moral de si mesmos, por conseguinte, não querem a reformulação ou mudança íntima conducente ao crescimento pessoal - emocional-mental-espiritual -, portanto, não apreciam abrir mão dos prazeres viciosos e viciantes da carne, seja quanto encarnados ou desencarnados) lutam pela não instauração do Cristianismo na Terra. Tentando, desvairadamente, adiar indefinidamente esta hora. Assim, tudo tem feito
para que esta nova era não aconteça, desde o início. Por enquanto, eles têm
conseguido realizar seu intento. Primeiro, deturpando o
Cristianismo nascente; depois, conseguiram derrubar vários
movimentos que vieram restaurar-lhe a divina claridade (Reforma
Protestante com John Wycliffe, Jan Huss, Jeronimo de Praga,
Martinho Lutero e outros), mais uma vez, usando do mesmo
expediente de se unir ao inimigo. Como temos exemplos de sobejo
a este respeito ao longo da história humana, acreditamos ser
desnecessário fincar pé neste aspecto.
Diante de tais circunstâncias, veio o Consolador Prometido por Jesus, chegando ao mundo
através das mãos de seu discípulo Allan Kardec, para reviver e
revigorar seus ensinamentos e orientações para esta humanidade
combalida e sofrida; no entanto, o movimento das Sombras não se
fez por esperar. E hoje nos encontramos em uma situação tão grande
de balburdia que chegamos ao ponto, quando nos falta estudo e
interesse de investirmos no mesmo, não sabermos o que é
Espiritismo e o que não é.
Chegamos ao absurdo de ver o Controle Universal do Ensinamento dos
Espíritos se transformar em um Descontrole Universal, onde cada
Espírito dá ou transmite as suas opiniões pessoais acerca de
acontecimentos, personagens históricos ou não necessariamente,
passando ensinamentos e etc que vão em flagrante contradição ao
que outro Espírito disse ou transmitiu. Estamos revivendo a época
da Torre de Babel.
Seja como for, esta situação foi predita por Jesus em várias
passagens de seu Evangelho de Luz [1] e também foi alertada por
vários Espíritos Amigos, mormente Humberto de Campos ou Irmão X em
várias de suas crônicas, apólogos e contos [2].
Enquanto isto, os avisos pouco significados tiveram, pois as
instituições organizadas do Movimento Espírita se perdem numa
barafunda de dificuldades tipicamente humanas, deixando o barco
correr à matroca, em nome da liberdade, do respeito, do direito e
etc. etc. etc.... Instituições estas que deveriam ser dos
primeiros a zelar pela Doutrina, fazendo e organizando campanhas
de esclarecimento junto à sociedade, ou, mais especificamente,
próximo às diversas agremiações espíritas ou tidas como tal,
senão, ao menos, relativamente às suas filiadas, esclarecendo e
orientando o que é o Espiritismo e o que ele não é.
Porém, as diversas organizações mestras do Movimento Espírita
preferem lutar e brigar desesperadamente pela questão da
Unificação [3], enquanto deixam ao léu a pureza doutrinária
legítima e não a que os homens votaram que fosse. Alguns podem não
aceitar a realidade deste fato e contra argumentarão
sofisticamente em contrário, entretanto, o fato é que ao grande
público e aos frequentadores das agremiações espiritistas não
chegam informações e orientações quanto ao que é e o que não é o
Espiritismo [4].
Por outro lado, existe sim, um pequeno grupo pelejando pela pureza
da doutrina, mas sua voz está enfraquecida alcançando apenas um
pequeno grupo de pessoas... Enquanto isto, um batalhão de gente
corre o risco (aliás, isto já está acontecendo) de chafurdarem-se
nos meandros das superstições, do misticismo, do orientalismo e do
africanismo propagado e propalado por entidades tidas como
espiritistas, mas que, na verdade, de espírita guarda apenas o
nome e não os seus princípios libertadores.
O nosso intuito não é de coibir quem quer que seja de frequentar
onde considere mais de seu agrado e tão pouco de denegrir
instituição alguma, mas tão somente informar o que é Espiritismo e
o que ele não é, dando ferramentas para os interessados escolherem
e definirem os próprios rumos. E quanto a isto não podemos nos
omitir. Ou como disse Deolindo Amorim em seu livro: O
Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas:
"Todas as doutrinas, como todos os credos sejam quais forem as
suas origens, nos merecem o mais justo respeito. Não pretendemos
estabelecer gradações ou estimativas, principalmente porque, em
se tratando de problemas de consciência, matéria de natureza
muito individual, só mesmo o foro íntimo é que pode optar pela
melhor doutrina ou religião, de acordo com a receptividade e o
discernimento de cada pessoa. Devemos, porém, dizer claramente O
Que é e que não é Espiritismo, para que não haja
confusão nem tomem corpo interpretações duvidosas. Não temos
outro intuito. Tentar esclarecer não é demolir, é
procurar servir à Verdade respeitando as ideias alheias."
(Grifo sublinhado é do original; o negrito, é nosso.)
De outro lado, se nos reclamam respeito, também não se nos dão ao
mínimo respeito (aos profitentes do Espiritismo) usurpando-lhes o
nome da doutrina e com isto fazendo um movimento de poluição no
que se reporta à fidelidade doutrinária. E nós outros temos que
nos calar porque alguns entenderam erradamente e de modo
distorcido, sofístico ou devido à ausência de raciocínio, o real fundamento da caridade, do respeito, da liberdade e etc.
Entretanto, "como espíritas, não podemos ser omissos ou
coniventes, porque, ou somos espíritas e aceitamos integralmente
a Doutrina, ou somos falsos espíritas e, neste caso, só
aceitamos da Doutrina aquilo QUE NOS CONVÊM em determinadas
ocasiões." (Indalício Mendes, in Rumos Doutrinários. Os
grifos em caixa alta são nossos.)
E estes quando se veem prensados pela lógica dos fatos, se colocam
numa postura defensiva demonstrando o quanto de resistência e/ou
de rejeição à verdade detêm, a mesma que os libertariam das trevas
da ignorância. Infelizmente, deixam patente com as suas atitudes
que não querem aprofundar assunto, estando satisfeitos com o que
são e com o que fazem. Portanto, permanecendo despreocupados em
assentarem a Doutrina em cima de atitudes personalistas e de
interesses outros [5], esquecidos conforme dizia Kardec: O
Espiritismo não reconhece por seus adeptos senão aqueles que lhe
praticam os ensinos e se esforçam por se melhorarem [6].
Com atitudes semelhantes à descrita acima, provam e demonstram
através de atos a que vieram, pois continuam apoiando ou sendo
coniventes com práticas não afeitas aos princípios da Doutrina e,
assim, permitem o prosseguimento da poluição e deturpação do
Espiritismo. Devido a este e outros fatores, observamos o
misticismo, o orientalismo, o africanismo e o espiritualismo ter
lugar comum em muitas casas ditas espíritas. Estaremos logo mais
abaixo, abordando algumas destas práticas.
Diante disto, fica manifesto a não observância de que "Um dos
mais importantes deveres do espírita cioso da sua
responsabilidade no seio do movimento é a FIDELIDADE INTEGRAL à
Doutrina." (Indalício, no livro referido. Grifo em caixa
alta é nosso.)
Deste modo, a fidelidade à Doutrina não é um aspecto irrelevante
ou um ponto de somenos importância, sobre o qual não necessitamos
prestar maior atenção, conforme fica evidente no posicionamento de
alguns. Tal comportamento é oriundo da falta de estudos, e também
da desconsideração da importância deste mesmo estudo.
Além destes corações, temos ainda os irmãos incautos e
imprudentes; os dedicados à causa, que defendem com entusiasmo o
Espiritismo, [mas] desatentos a infiltrações de princípios
estranhos àqueles divulgados por Allan Kardec, convencidos em sua
placidez, de que nada fazem de censurável, ao introduzirem em seus
trabalhos ideias e práticas de outras procedências.
Alguns querem inovar, por considerarem que sua iniciativa em nada
altera o caráter da Doutrina Espírita. Kardec já esperava por
isso, porque escreveu sobre a ambição dos que a despeito de
tudo, se empenham por ligar seus nomes a uma inovação qualquer.
Esquecem-se de que não há necessidade de se ir buscar em outras
doutrinas o que supõem não constar da nossa. Enganam-se. "A
Doutrina Espírita é uma síntese admirável de verdades relacionadas
com a vida psíquica do homem, com a realidade do mundo espiritual
e sua conexão direta com o mundo físico". (Idem.)
Herculano Pires em seu livro O Centro Espírita, confirma o
que vimos de dizer: "O Centro Espírita apresenta-se, às vezes
[hoje em dia, é: na maioria das vezes], entre nós, na dupla forma
de Centro e de Terreiro. Isso repugna à maioria dos espíritas que
veem no Terreiro uma explosão de práticas supersticiosas
africanas, inegavelmente de origem selvagem. Na verdade, ISSO
ACONTECE POR FALTA DE ESTUDO DA DOUTRINA ESPIRITA nos Centros.
(...) A culpa é dos dirigentes de Centros que se atrevem a
dirigi-los sem tomar conhecimento dos mais rudimentares princípios
do Espiritismo."
Mais adiante, diz: "Não se pode misturar uma Doutrina Científica e
Filosófica com práticas de magia primitiva das selvas. Não se
trata de um repúdio ao mediunismo e sua mentalidade mágica, mas de
uma questão de método e cultura."
Pois é! Diante desta falta de cultura e do comodismo em não se
buscar o estudo aprofundado e sério, sem falarmos da resistência
em defendermos nossos pontos de vistas fechados e personalistas
ou, ainda, de nossas cristalizações procedentes da superstição e
do misticismo, temos encontrado em diversas casas, para não
dizermos na maioria delas, práticas estranhas aos princípios e
postulados da Doutrina Espírita... Práticas sem fundamento lógico,
racional e, menos ainda, científicas.
Esta situação gera e traz muita confusão, o que torna cada vez
mais difícil saber o que é o Espiritismo de fato, pois, confundir
outras correntes, sejam elas, religiosas, filosóficas, místicas,
esotéricas, africanistas, espiritualistas e etc, com a Doutrina
Espírita se tornou ponto corriqueiro. Diante deste quadro,
estaremos buscando a seguir indicar o que é e o que não é
Espiritismo.
Por conseguinte, o primeiro aspecto a ser observado é que a
Doutrina Espírita não guarda nenhuma forma ou roteiro ritualístico
em suas atividades, sejam elas mediúnicas ou de esclarecimento
(isto é, de ensino da moral evangélica, estudos, palestras, etc.).
Portanto, o Espiritismo:
a) Não tem nenhuma forma, método, modelo etc. de culto
material, religioso, místico, esotérico ou outros;
b) Não tem nenhum tipo de ritualismo [ritual] (por exemplo:
separação de sexos mulheres de um lado, homens de outro, deixar
cadeiras vazias entre os participantes ou ente os trabalhadores
seja nas reuniões mediúnicas ou não, etc.);
c) Não prescreve qualquer forma de paramento (uso de roupas
brancas ou de outra cor qualquer, uso de miçangas, ou outros
ornamentos quaisquer, etc.);
d) Não permite uso de qualquer tipo de imagens (seja de
santos, divindades, Jesus, Maria de Nazaré, Bezerra de Menezes
etc., como não permite o emprego de qualquer sacrifício em razão
de crença);
e) Não tem sinais cabalísticos nem símbolos (estalos de dedos
na hora do passe, fungação, benzição);
f) Não emprega práticas tais como a cromoterapia, cristais,
fitoterapia, acupuntura, Reich, Feng Shui, TVP (Terapia de Vidas
Passadas), homeopatia, raízes, ervas, hortaliças, piramidalogias,
e outras similares e correlatas etc.;
g) Não faz uso de "correntes fluídicas", por exemplo, todos
devem dar as mãos na hora da prece e nas atividades medianímicas;
h) Não propõe e nem incentiva mentalização de luzes coloridas,
seja na hora da prece, do tratamento, passe etc.;
i) Não utiliza mantras, posturas corporais ou sinais
específicos ou cabalísticos;
j) Não utiliza velas, incenso, defumadores, luzes coloridas,
raizadas ou floricultura.
Diante disto, podemos dizer com relativa segurança: qualquer casa
que se diga espírita mas faça uso de um ou vários destes
expedientes não é espírita. Ela não adota os postulados
doutrinários do Espiritismo em sua pureza e fidelidade proposta
pelos Espíritos Superiores a Allan Kardec. Enquanto isto, apesar
da sustentação claramente mística e/ou supersticiosa de várias das
práticas acima, alguns confrades (ou pseudoconfrades) teimam em
afirmar que tudo é a mesma coisa, tudo é Espiritismo, fazendo uma
generalização incabível e prejudicial [7].
O Espiritismo veio REVIVER a pureza original do Cristianismo, o
qual era simples, direto e destituído de qualquer tipo de
paramentação. Jesus pregava sob as árvores ou no alto dos
montes... e propôs uma relação direta do homem para com o Pai, que
tudo observa, tudo vê, sem nenhum tipo de ritualismo: "E,
quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem
em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem
vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu
galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e,
fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu
Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente." (Jesus,
Mateus 6:5-6.)
Os Espíritos Superiores disseram a Allan Kardec ser necessário
apenas o recolhimento, a sinceridade de propósitos, a elevação do
pensamento a Deus... conforme Kardec mesmo observa na Viagem
Espírita em 1862, falando Sobre o uso de práticas
exteriores de cultos nos grupos: "Frequentes vezes me tem sido
indagado se é útil começar as sessões com preces e atos
exteriores de culto religioso. A resposta não é apenas minha,
mas também dos Espíritos que trataram desse assunto.
É, sem dúvida, não apenas útil, porém necessário rogar
através de uma invocação especial, por uma espécie de prece, o
concurso dos bons Espíritos. Essa prática predispõe ao
recolhimento, condição especial a toda reunião séria. O MESMO
NÃO SE DÁ quanto às práticas exteriores de culto, através das
quais certos grupos creem dever abrir suas sessões e que têm
mais de um inconveniente, APESAR DA BOA INTENÇÃO com que são
sugeridas.
(...) É preciso não esquecer que o Espiritismo se dirige a
todos os cultos. Por conseguinte ele NÃO DEVE ADOTAR AS
FORMALIDADES DE NENHUM EM PARTICULAR." (Os grifos em caixa
alta são nossos.)
Se tais observações não são suficientes para os mais renitentes e
resistentes, devemos ponderar que o Espiritismo, no dizer de
Kardec, é uma ciência de observação e uma doutrina
filosófica, da qual se originam consequências morais. Portanto,
não dependente de convenções místicas, religiosas,
supersticiosas etc.. Depois, devemos lembrar que "O conhecimento
da ciência espírita se baseia em uma convicção moral e em uma
convicção material. A primeira se adquire pelo raciocínio, a
segunda pela observação dos fatos."(Kardec em Instruções
Práticas Sobre as Manifestações Espíritas, cap. X.)
Por conseguinte, a Doutrina Espírita veio ensinar o homem a
pensar, a raciocinar, a usar a razão, a lógica, o bom senso...
portanto, se o Grupo ou Casa não conduz seus frequentadores a este
estágio, mas, ao contrário, incutem-lhes práticas questionáveis...
o que terá ela com o Espiritismo? De mais a mais, se pensássemos
por um pouco que fosse, veríamos que as práticas exteriores não
possuem o menor fundamento lógico.
Afora isto, os Espíritos estão constantemente nos ensinando, a
começar por Jesus, que "Todo o movimento e realização no mundo
são produtos das forças mentais que se transferem de uma para
outra antena psíquica, de um para outro lugar, construindo e
demolindo, ativando ou desarticulando obras" [8].
Ou ainda: "Estás sempre em sintonia, queiras ou não, com as
forças mentais que se movimentam no mundo. Conforme a tua
identificação emocional, externarás vibrações que se vincularão
a outros de igual teor vibratório. (...) Não te descuides do que
pensas, do a que aspiras, do que falas e de como ages. Da mente
procedem todos esses passos e se não a tens disciplinada,
habituada aos bons direcionamentos, sofrerás a correspondência
da reciprocidade."
Estes esclarecimentos estão em conformidade com a orientação
kardeciana de que tudo está na mente, no pensamento e não
nas fórmulas exteriores ou em comportamentos ritualísticos,
místicos ou cabalísticos [9]. Miramez, em Filosofia Espírita vol.
XI, também pondera: "Não acredites que amuletos possam te dar
boa vida, que rabiscos de determinada feição possam te defender
deste ou daquele mal. Isso é pura ficção. Por lei, somente o
Espírito pode atrair seu igual. O PENSAMENTO É PONTO CHAVE DE
ATRAÇÃO DOS ESPÍRITOS: do modo que pensas, podes atrair almas
com os mesmos pensamentos. Sabemos, e disto temos provas, que
Espíritos que assinam nomes respeitáveis ensinam fórmulas
cabalísticas aos incautos, aos de boa fé, melhor dizendo, de fé
cega, que em tudo acreditam, desde que venha dos Espíritos. São
Entidades enganadoras, que começam a enganar a si mesmas, na
ilusão de comprar a felicidade sem esforço próprio. Toda subida
exige esforço, sacrifício e dor."
Mais à frente, alerta ele: "Um homem de boa fé, mesmo que seja
fé cega, confiando em um talismã pode, perfeitamente, atrair
Espíritos para o auxiliarem, mas não por causa do objeto em suas
mãos e, sim, por sua fé, por seus pensamentos que
entram em ação." (Grifos em caixa alta e negrito são
nossos.)
De onde podemos concluir com tranquilidade: Os que se atêm a tais
misticismos agem qual "Os judeus [que] haviam desprezado os
verdadeiros mandamentos de Deus para se aferrarem à prática dos
regulamentos que os homens [e os Espíritos inferiores] tinham
estatuído e da rígida observância desses regulamentos faziam casos
de consciência. A substância, muito simples, acabara por
desaparecer debaixo da complicação da forma [10]. Como
fosse muito mais fácil praticar atos exteriores, do que se
reformar moralmente, lavar as mãos do que expurgar o coração,
iludiram-se a si próprios os homens, tendo-se como quites para
com Deus, por se conformarem com aquelas práticas, conservando-se
tais quais eram, visto se lhes ter ensinado que Deus não exigia
mais do que isso. Dai o haver dito o profeta: É em vão que
este povo me honra de lábios, ensinando máximas e ordenações
humanas. (...) O objetivo da religião é conduzir a Deus o
homem. Ora, este não chega a Deus senão quando se torna perfeito.
Logo, toda religião que não torna melhor o homem, não alcança
o seu objetivo. (...) Nula é a crença na eficácia dos
sinais exteriores, se não obsta a que se cometam
assassínios, adultérios, espoliações, que se levantem calúnias,
que se causem danos ao próximo, seja no que for. Semelhantes
religiões fazem supersticiosos, hipócritas, fanáticos; não, porém,
homens de bem." (ESE, cap. VIII, item 10. Grifos itálicos: do
original; negritos: nossos.)
Por outro lado, conhecemos alguns Grupos que não fazem uso de tais
parafernálias exteriores e funcionam perfeitamente bem, tendo
legítimas relações com Espíritos sérios e compenetrados. Daí, a
conclusão por demais óbvia é que tais ritualismos, misticismos ou
modismos são totalmente dispensáveis. Aliás, agir dentro de tais
práticas é indicativo de iminente perigo: Estaremos nos abrindo
para relacionamento com Espíritos inferiores, pois os Superiores
não colocam as pessoas no ridículo, como também jamais lhes
proporá algum tipo de comportamento estranho. Ao contrário, agem
com todo respeito, cordialidade e sempre procurando levar quem os
ouve a raciocinar, a pensar e a crescer rumo à libertação de todas
as peias de superstições, ritualismos, magias e etc, próprio das
idades infantis da humanidade. Considerar que não é verdadeira a
proposição apresentada basta pensarmos: Se nós gostamos destes
misticismos... e uma vez que as nossas relações com o Mundo
Espiritual se dão através da sintonia, simpatia e afinidade, daí,
podemos concluir com quais tipos de Espíritos estamos nos pondo a
braços.
Ainda assim, de través a estas ponderações, alguns alegam que não
estamos sendo caridosos. Já tivemos oportunidade de falar sobre
isto! Mas é de se perguntar: Estamos sendo caridosos buscando o
silêncio e deixando as pessoas comerem gato por lebre? Se
barafundando em comportamentos desnecessários, e até, ridículos?
Deixando-os à mercê dos falsos profetas? Uma vez que "Os
falsos profetas não se encontram unicamente entre os encarnados.
Há-os também, e em muito maior número, entre os Espíritos
orgulhosos que, aparentando amor e caridade,
semeiam a desunião e retardam a obra de emancipação
da Humanidade, lançando-lhe de través seus sistemas
absurdos, depois de terem feito que seus médiuns os
aceitem. E, para melhor fascinarem aqueles a quem desejam
iludir, para darem mais peso às suas teorias, se
apropriam sem escrúpulo de nomes que só com muito respeito os
homens pronunciam.
São eles que espalham o fermento dos antagonismos entre os
grupos, que os impelem a isolarem-se uns dos outros e a
olharem-se com prevenção. Isso por si só bastaria para os
desmascarar, pois, procedendo assim, são os primeiros a dar o
mais formal desmentido às suas pretensões. Cegos,
portanto, são os homens que se deixam cair em tão grosseiro
embuste.
Mas, há muitos outros meios de serem reconhecidos.
Espíritos da categoria em que eles dizem achar-se têm de ser não
só muito bons, como também eminentemente racionais.
Pois bem: passai-lhes os sistemas pelo crivo da razão
e do bom senso e vede o que restará. Convinde,
pois, comigo, em que, todas as vezes que um Espírito
indica, como remédio aos males da Humanidade ou como meio de
conseguir-se a sua transformação, coisas utópicas e
impraticáveis, medidas pueris e ridículas; quando formula um
sistema que as mais rudimentares noções da Ciência
contradizem, não pode ser senão um Espírito ignorante e
mentiroso [11]". (Todos os grifos são nossos.)
Enfim, o ponto de partida em sabermos separar o Espiritismo do
misticismo está na diferença em que "O Espiritismo é uma
doutrina filosófica que tem consequências religiosas, como toda
doutrina espiritualista; por isso mesmo toca forçosamente às
bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida
futura; mas não é, uma religião constituída, tendo em vista que
NÃO TEM NEM CULTO, NEM RITO, NEM TEMPLO, e que, entre os seus
adeptos, nenhum tomou ou recebeu o título de sacerdote ou de
sumo sacerdote." (Obras Póstumas - 1ª parte, cap.
"Curta resposta aos detratores do Espiritismo ", trad. edt. IDE.
Grifos em caixa alta são nossos.)
Conseguintemente, não será pelo simples fato de determinada Casa
LER "Kardec", isto é, a Codificação Kardequiana, que ela poderá
ser considerada Espírita ou que ela seja uma Casa Espírita; do
mesmo modo que não basta lermos a Bíblia para sermos considerados
pertencentes à religião Israelita ou Cristã. A leitura não é
suficiente, dizemos LER porque se ESTUDO houvesse, a conduta e
orientações daquela determinada Casa, Grupo ou pessoa, seguiriam
os princípios expostos pela Espiritualidade Superior e registrados
na Codificação por Allan Kardec.
Não que tenhamos algo contra quem faz uso destes ritualismos, não
é este o enfoque; estamos apenas estabelecendo a diferença em se
buscar ser espírita e não o ser. Portanto, estamos falando tão
somente para os que querem realmente se engajar nas fileiras
espiritistas. E para isto devemos saber e sermos conscientes de
onde colocamos nossos pés, principalmente, porque no Movimento
Espírita atual "Há quem se incline pelo silêncio
comprometedor, evitando ressaltar essas distinções, a pretexto
de que, se assim procedermos, estaremos agindo intolerantemente
e menosprezando os que não seguem à risca os ditames da
Codificação Kardeciana." [12] Esquecem que não podemos nos
omitir, até mesmo em respeito a estes nossos irmãos de caminho.
Além disto, é bom não esquecermos as palavras de Deolindo Amorim
no mesmo livro: "Todas as Doutrinas organizadas têm seu corpo
de princípios, seus postulados, sua orientação. O Espiritismo,
em sua amplitude, é a matriz de muitas escolas, religiões e
correntes filosóficas, mas a própria disciplina da inteligência
exige que se dê a cada religião ou doutrina o seu lugar
inconfundível. Espiritismo é Espiritismo; Teosofia é Teosofia;
Ecletismo é Ecletismo. É melhor discernir do que
confundir, pois é discernindo que se põe ordem nas ideias para
procurar a verdade." (Grifos nossos.)
Diante do que, podemos dizer: Espíritas são aqueles que seguem com
fidelidade os princípios doutrinários encontrados na Codificação e
no Evangelho aplicando-os a si mesmos. É o velho adágio: "Reconhece-se
o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos
esforços que emprega para domar suas inclinações más".
(ESE, cap. XVII, item 4, FEB.) E, quanto aos que se contentam
apenas com a forma... que evitam fazer uso do raciocínio, da
lógica... que permanecem no culto exterior... são apenas
simpatizantes... Gostam ou admiram o Espiritismo, mas não para o
aplicarem a si mesmos, na busca de sua reforma moral. O
Espiritismo para estes não se converteu numa filosofia de vida...
Estes não se enquadram na definição de Kardec: "O verdadeiro
Espírita não é aquele que crê nas manifestações, mas aquele que
aproveita o ensinamento dado pelos Espíritos. De nada serve
crer, se a crença não o faz dar um passo à frente no caminho do
progresso, e não o torna melhor para o seu próximo."
(Kardec, O Espiritismo em sua mais simples expressão, item
36, tópico: Máximas extraídas dos ensinamentos dos Espíritos,
tradução ed. IDE.)
Diz-nos Emmanuel em Caminho, Verdade e Vida, lição 15: "Não
será por se maravilhar tua alma, ante as revelações espirituais,
que estarás convertido e transformado para Jesus".
Já em Fonte Viva, lição 58, diz-nos ele: "Se buscamos a
sublimação com o Cristo, ouçamos os ensinamentos divinos. Para
sermos discípulos dele é necessário nos disponhamos com firmeza
conduzir a cruz de nossos testemunhos de assimilação do bem,
acompanhando-lhe os passos."
Portanto, se não estamos cumprindo tal roteiro, não podemos ser
considerados Espíritas e, sim, simpatizantes da Doutrina; quando
não, Espíritas ineptos (classificação dada por Kardec na Revue
Spirite de mar.-1863), ou quando não: dizemos sê-lo porque
está na moda ou para nos mostrarmos aos outros. Agindo assim, no
fundo, no fundo mesmo, estamos enganando somente a nós mesmos...
pois, independentemente da situação, um dia todos nós saberemos a
verdade...
Mas, como dissemos antes, para sermos Espíritas não é suficiente
lermos Kardec ou livros Espíritas; então, se não estivermos
seguindo com fidelidade a proposição "kardequiana", buscando
implementá-la em nossas vidas, não somos Espíritas de fato,
podemos ser, sim, simpatizantes. Certamente, o trabalho sobre si
deve ser efetivo; se for somente de "boca", não resolve e isto não
fará de nós Espíritas; ou como diz Kardec: "A crença no
Espiritismo não é aproveitável senão àquele que se pode dizer:
Valho melhor hoje que ontem." (O Espiritismo em sua mais
simples expressão, item 38, tópico: Máximas extraídas dos
ensinamentos dos Espíritos; tradução Edt. IDE.)
Dentro desta conjuntura, podemos dizer com segurança que a
banalização dos conceitos, propostas e definições do Espiritismo
está cada dia maior e cada vez mais: bate às nossas portas.
Situação triste e lastimável. Esta banalização se dá muitas vezes
por inexistir critérios para fundar ou criar uma Casa Espírita: O
indivíduo acha a Doutrina bonita, tem muita simpatia por ela e
acesso a algum dinheiro, então, lá temos mais uma Casa Espírita...
Outra situação pior ainda, é aquela em que tem muita gente
tentando fazer de (transformar) Casas Umbandistas ou
Espiritualistas em Espíritas. Estes sim, são os que causam maiores
danos ao que seja o Espiritismo, poluindo-o com práticas e
comportamentos fora de seus princípios. Apesar de ser um trabalho
inglório, em razão dos atavismos e cristalizações de hábitos
comuns ao ser humano, está acontecendo muito mais do que pensamos;
daí, os profitentes de tais instituições trazendo o tão propalado:
ranço, distorcem e poluem os princípios do Espiritismo, pondo a
perder a pureza doutrinária. E com isto temos um Espiritismo às
avessas. Como exemplo, podemos citar: Uso de roupas brancas,
aplicação de passes de conformidade com a condição sexual do
paciente (passistas femininas aplica passes em mulheres e homens
em homens), separação no auditório de homens e mulheres em filas
distintas, uso de Aves Marias e Padres Nossos nas preces, passes
com passistas mediunizados (situação própria do mediunismo, mas
não da mediunidade com Jesus), toque físico durante o passe ou
aconselhamento aos pacientes e etc. etc. etc.
Nenhuma instituição que age dentro destes parâmetros e
daqueloutros apontados mais acima pode ser considerada
genuinamente Espírita. E é bom relembrarmos que não se está
condenando às formas, rituais e cultos de outros movimentos; não,
de modo algum; o absurdo, o inaceitável, o desrespeito para com o
Espiritismo, fica por conta de quando tais práticas são trazidas
para dentro da Doutrina ou quando tais movimentos usurpam o nome
da Doutrina para o aporem em seus pórticos.
Bem... uma verdadeira Casa Espírita irá ensinar seus
frequentadores a implementar os princípios Espíritas em suas
vidas - que não são outros que os encontrados nos Evangelhos -; esclarecendo-os para que façam sua reforma íntima, isto é,
consigam implementarem em si mesmos a sua transformação moral.
Levam, por consequência, seus frequentadores a pensarem,
ensinando-lhes a raciocinar, a usar o bom senso, a distinguir o
ridículo de certas atitudes, a desnecessidade das formas
exteriores de culto, sejam quais forem e etc.
Nos dias que passam, devemos ter muito cuidado e agir com cautela
pois tem muitas pessoas e grupos se dizendo Espíritas e, no
entanto, portando graves transtornos na área doutrinária em
referência às instituições; e, na área comportamental, no
referente às pessoas. No que se reporta à Internet então, o caos
está quase total. Inclusive, podemos adiantar, esta é uma das
preocupações da Espiritualidade Superior, nesta hora da
humanidade, no que se reporta ao Espiritismo virtual.
O momento é grave. Esta acontecendo com o Movimento Espírita o
mesmo que aconteceu com o Cristianismo Primitivo. Enquanto ele
contava com número reduzido de crentes e era perseguido, até com a
tortura física e o sacrifício dos cristãos, foi puro,
espiritualizado, como o Cristo nos legou. Mas, no momento que foi
admitido pelo poder temporal de Roma e as massas ignorantes o
aceitaram, estas foram impondo suas crendices, suas superstições,
trazidas do fetichismo e do paganismo. Foram nele infiltrando seus
rituais, explicações infantis ou nebulosas, solenidades,
mistérios, palavras exóticas. À medida que o ritual avassalava a
nova igreja, aliada agora de reis e imperadores, a essência do
Cristianismo foi sendo relegada a segundo plano e, afinal,
esquecida [13].
Com o Espiritismo está acontecendo o mesmo. Enquanto ele contava
com ínfima minoria da população e seus profitentes eram injuriados
e atacados por pastores e padres de outras religiões, só os mais corajosos
e com boa base doutrinária ousavam reunir-se nas Casas Espíritas.
À medida que a palavra dos Espíritos passou a ser ouvida em toda
parte, à medida que os grandes médiuns começaram a atrair
multidões, e os livros espíritas clarinaram ao mundo (...)
multidões acorreram aos Centros Espíritas. Infelizmente não foram
em busca de uma iluminação interior, de uma explicação para as
torturantes dúvidas filosóficas, mas de remédio pronto e fácil
para todas as mazelas do corpo e do Espírito. Essa grande massa de
raciocínio simplista não possuía o menor interesse na Doutrina
(...) Queria encontrar dentro do Movimento Espírita, os mesmos
rituais e solenidades aos quais estava afeita [14].
Consequentemente, o momento, além de grave, é delicado: Estamos em
transição, e, nesta hora, todos estamos sendo colocados à prova;
validando as palavras de Jesus: "Mas aquele que perseverar até
ao fim será salvo." (Jesus, Mt. 24:13.)
E estas palavras são mais do que real, se formos observar (como
bem nos lembra o confrade Ary Lex em Pureza Doutrinária)
que o "Movimento Espírita costuma ter uma certa condescendência
para com as pequenas deturpações, condescendência essa rotulada
como tolerância cristã. Estão errados! Tolerância deve haver para
as falhas das pessoas, que devem ser esclarecidas e apoiadas,
ajudando-as a saírem do ciclo erro sofrimento. Tolerância com as
pessoas, sim, mas conivência com as deturpações, jamais. As
deturpações são como os cupins; vão sorrateiramente corroendo,
destruindo. Quando se dá pela coisa, a madeira já está podre,
desfazendo-se. As deturpações também agem assim."
É uma realidade. E em sua imensa maioria, são os próprios
espíritas os culpados da tragicidade da situação, pois nos
escondemos e escamoteamos a realidade apegando-nos a chavões que
povoam nossa boca mas com os quais nosso coração tem pouco ou nada
haver. Esquecemos que, quando nos tornamos espíritas, não só
descobrimos uma verdade nova, mas assumimos o compromisso de lutar
pela melhoria da humanidade. E essa luta não consiste, apenas, na
frequência aos trabalhos de caridade. Abrange também, a reforma
moral. Entretanto, que reforma é essa, em que a pessoa procura
tornar-se boa e pura, mas não se importando se, em seu redor, os
espíritos humildes continuam abandonados, atrasados, dominados
pelas normas erradas de proceder, adotando posturas religiosas
fetichistas ou mágicas, substituindo a medicina e a higiene por
práticas absurdas, de um passado remoto? [15]
Em Viagem Espírita de 1862, Kardec trazendo uma pauta de
Projeto de Regulamento Para uso de Grupos e pequenas Sociedades
Espíritas, esclarece: "Tudo nas sessões deve ser feito
religiosamente, porém nada deverá dar-lhes o caráter
de reuniões de seitas religiosas."(Grifo em
negrito é nosso.) Se ainda não está claro, estabelecemos: Ali, não
encontramos nenhuma instrução para usar nenhuma das práticas que
já vimos acentuando.
Quanto à questão fluídica, alegada por alguns simpatizantes da
Doutrina, de onde deveríamos separar homens e mulheres em filas
distintas, ou alternar os sexos, por questões de polaridade
masculina e feminina, e etc., tem por base a desinformação, pois
um estudo acurado a respeito dos fluidos dentro da própria
Codificação aclararia a desnecessidade e o absurdo de tais
ritualismos.
Somente a falta de estudo e de compreensão nos levam à atermos a
certas formalidades... Mesmo porque, de princípio, o Mundo
Espiritual está sujeito a leis diferenciadas do campo
eminentemente material. E quanto aos fluidos espirituais, estes
não se sujeitam, tão fácil assim, à questão espacial ou material
da dimensão física. Consequentemente, nada, no sentido das
práticas exteriores, pode impedir o Mundo Espiritual de cumprir
seu papel. Entretanto, além da Codificação, uma leitura atenta dos
livros da série de André Luiz (para não irmos longe ou demorarmos
muito em pesquisas) comprovaria tal realidade, em particular
citaríamos o seu livro: Mecanismos da Mediunidade.
Quanto à questão da pureza doutrinária e também do desnecessário
das práticas exteriores, podemos recorrer aos seguintes livros:
- Viagem Espírita de 1862, de Allan Kardec;
- Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espíritas, de
Allan Kardec;
- Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas, de Allan Kardec;
- O que é o Espiritismo, de Allan Kardec;
- O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec;
- O Centro Espírita, de J. Herculano Pires;
- O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, de Deolindo
Amorim;
- Africanismo e Espiritismo, de Deolindo Amorim;
- Rumos Doutrinários, de indalício Mendes;
- Pureza Doutrinária, de Ary Lex (com algumas ressalvas);
- Filosofia Espírita vol. XI, de Miramez / J. Nunes Maia;
- O Quartel e o Templo, Eurípides Kühl.
Finalmente, lembremos: "A Doutrina Espírita não aprova nenhuma
atitude, nenhum exercício religioso, nenhuma prática discordante
dos usos normais. (...) O verdadeiro
culto, para o Espiritismo, é o culto interior, é o sentimento, a
elevação do pensamento." (Deolindo Amorim.)
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[1] - A parábola das dez virgens loucas e das dez prudentes (Mt.
25); a parábola de bodas ou das vestes nupciais (Mt. 22); a
parábola do joio e do trigo (Mt. 13:24); a parábola do mordomo
infiel (Lc. 16); a parábola dos dez servos (Mt. 24:44); nem todo
que me diz Senhor... Senhor... entrará no Reino dos Céus (Mt.
7:21); etc..
[2] - Do livro Contos e Apólogos: Nos Domínios das Sombras; do
livro Cartas e Crônicas: Lição nas Trevas, Consciência Espírita,
Espiritismo e Divulgação, Nota Explicativa; do livro Contos Desta
e Doutra Vida: Religiões Irmanadas, Pureza em Branco, Médiuns
Espíritas, Decisão nas Trevas; e melhor de todas, a qual não
consegui localizar o livro: O Diabinho Coxo.
[3] - Sobre a unificação, já dizia Indalício Mendes em 1974: O
trabalho de unificação dentro do Espiritismo tem dado, fora de
dúvida, excelentes resultados, EMBORA exija ainda, e o exigirá por
muito tempo, AS ATENÇÕES dos responsáveis pela propagação e defesa
de seus princípios. (in Rumos Doutrinários. Os grifos são
nossos. E um dos princípios deste movimento, se não é, deveria
ser: a questão da pureza doutrinária.)
[4] - Veja o livro: O que é o Espiritismo; e ainda: LM itens 35,
37, 39; RE jul.-1859, out.-1863, jul.-1865.
[5] - Deolindo Amorim, em O Espiritismo e as Doutrinas
Espiritualistas.
[6] - Obras Póstumas: Curta resposta aos detratores do
Espiritismo.
[7] - Deolindo Amorim, em O Espiritismo e as Doutrinas
Espiritualistas, aborda o perigo das generalizações.
[8] - Joanna de Angelis em Dias Gloriosos.
[9] - Kardec ainda diz: o pensamento saneia ou vicia o ambiente(A
Gênese, cap. 14, item 18; Revista Espírita dez.-1868.)
[10] - Estão fazendo a mesmíssima coisa com o Espiritismo.
[11] - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXI, item 10.
[12] - Lauro Salles, no citado livro de Deolindo Amorim.
[13] - Ary Lex em Pureza Doutrinária.
[14] - Ary Lex em Pureza Doutrinária.
[15] - Ary Lex em Pureza Doutrinária.