quinta-feira, 31 de julho de 2014

EXPLICANDO A ORAÇÃO DE MADRE TERESA...

Há alguns dias, além de postar no meu perfil do Facebook, enviei um episódio da vida de Madre Teresa, acerca da oração, para alguns pouquíssimos amigos. Assim, recebemos uma indagação curiosa acerca do tema:

"Qual a mensagem que devemos entender da Oração da Madre Teresa?"

Bem, acredito que a indagação se reporta ao contexto geral do episódio, ao conteúdo moral que podemos cotejar do mesmo e não à oração em si de Madre Teresa. Portanto, elaborando sob este aspecto, ouvimos dizer que o repórter ficou muito impressionado com a resposta de Madre Teresa, considerando-a de suma inteligência. Também nós outros pensamos assim!

Consequentemente, as ilações e aprendizagens que podemos auferir do respectivo relato, obviamente, será proporcional às capacidades e esforços de cada um na abordagem do mesmo. Por conseguinte, também a nossa resposta será apenas uma pincelada de como vemos a questão, de como a compreendemos dentro de nossas limitações e dificuldades intelectivas-emocionais. Então, não temos a pretensão de esgotarmos o assunto ou de dar a ele a última palavra.


A ORAÇÃO DE MADRE TERESA...

Um repórter perguntou para Madre Teresa de Calcutá:
- Madre, o que a Senhora pede a Deus quando ora?

Ela o ouviu com atenção e respondeu:
- Ahhh, meu filho, eu não peço nada. Apenas escuto!

E o repórter considerou a resposta muito inteligente.
Então, devolveu com outra pergunta inteligente:
- E o que Ele diz à Senhora?

E Madre Teresa lhe respondeu:
- Nada! Ele apenas escuta!



Observamos no episódio não somente a grande sabedoria de Madre Teresa, mas, conjuntamente, um profundo  entendimento conquistado tanto de si mesma, bem como em relação à Vida e à Deus; e, igualmente, fica patenteado a paz, a aceitação e a tranquilidade granjeadas pela nossa abnegada irmã Teresa. Considerando que ela foi um dos personagens que viveu próximo a Jesus, entregando a Ele a sua vida, integralmente, não poderia ser diferente! "E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes." (Mt. 25:40.)

Quem compreende a Vida sabe que não é necessário algo pedirmos a Deus, o Nosso Pai, pois Ele de tudo sabe. E sabe melhor do que nós próprios, acerca das nossas necessidades e do que precisamos. Agora, nós outros, Espíritos que ainda engatinhamos nesta escala infinita de progresso, pedimos muito. Porém os nossos pedidos são - em sua maioria - em busca de vermos os nossos desejos, os nossos interesses, as nossas pretensões e etc. serem satisfeitos. Ou seja, que eles sejam passíveis de desfrute por nossa pessoa. Qual o significado disto? Significa que os nossos pedidos se fundam em nosso orgulho e em nosso egoísmo, na vivência da satisfação de nossas paixões e dos vícios a que nos filiamos, nas várias etapas de nossas vidas.

Entretanto, Deus sabe o que é melhor para nós. E SE ELE SABE, por que algo pedir-Lhe? Não é que não devamos pedir, ao contrário, mas que saibamos o quê pedir! No que se reporta a Madre Teresa, ela alcançou aquele patamar de compreensão e de entendimento, no qual somos capazes de abrir mãos dos nossos desejos, dos nossos interesses e etc. para buscarmos, na medida de nossas possibilidades e esforços, vivenciarmos as tentativas de fazer a Vontade Daquele que Tudo Sabe: Seja feita a Tua vontade (Mt. 6:10 e etc.). E, neste caso, existe alguma coisa a ser dito?

Pense ainda: A melhor e maior oração é a do trabalho! Quando tiverdes compreendido isto, saberás que a oração é, tão somente, um momento de comunhão!

Por outro lado, infelizmente, nós outros não sabemos escutar. Sequer escutamos a nós mesmos. Não sabemos ouvir acerca de nossas reais necessidades. E não ouvimos porque o EGO está à frente e em torno da Essência Divina, do Cristo em nós e de nossa Consciência. E, deste modo, como vivemos sob o império do Ego, os nossos interesses são distorcidos, ilusórios. O que nos leva a vivermos para a satisfação das paixões e dos vícios arraigados nas diversas personalidades, as quais apesar de se encontrarem submersas nos porões de nosso inconsciente, entretanto sempre encontra expressão no último personagem que trazemos ao palco da Vida. E isto vem ocorrendo ao longo dos milênios de vidas sucessivas que detivemos.

Deste modo, mesmo em que pese, vivermos numa verdadeira tempestade em alto mar, devido às ressonâncias das Ações-Reações, o Espírito encontra-se amalgamado, ou colorido, por estas expressões, vivendo numa profunda ilusão, alimentado pelo estado de consciência de sono ao qual nos submetemos de bom grado. E esta situação não mudará até nos dispormos a tal. Enquanto uma nova luz não luzir por entre as nuvens de tempestades e dos furações e vendavais a que nos encontramos submetidos, o quadro não tem perspectivas de mudanças.

Contudo, um dia, cansados de lutar contra as ondas de um mar bravio, veremos as possíveis luzes de uma nova alvorada e compreenderemos que estivemos caminhando numa direção equivocada. E, assim, animados com novas forças, nos disporemos ao bom combate. Então, começaremos a perceber que de fato Deus é um Pai de Misericórdia e de Amor, o qual, esteve o tempo todo nos convidando a um banquete diferenciado.

O que nos levará a entender que Deus é impessoal. Ele não interfere, nos convida. Ele nos chama ao trabalho, a uma nova vida, a novos rumos... porém, não obriga, não impõe! Não castiga, educa! Permitindo que quebremos as cabeças e as nossas caras, pois, afinal, tudo redundará em aprendizagem, em experiência... em educação... em crescimento! Então, Ele participa ativamente, mas não diretamente, na caminhada ou nas resoluções (decisões) de suas criaturas. Para tanto, dotou-nos Ele de livre-arbítrio, de inteligência, da capacidade de aprendizagem, da aptidão de evoluir (crescer), deu-nos a posse e a habilidade de escolher... Numa palavra, corou-nos com o poder de desenvolver vários atributos que se encontram, por hora, é bem verdade, dormentes, tal qual em uma singela semente se encontra uma estrondosa e imensa árvore, mas passíveis de serem desenvolvidos, desabrochados... na conformidade de nossos interesses, dedicação e esforços.

Em outras palavras, Ele nos propicia todo o material, tudo de que necessitamos... A nós, apenas nos compete o desejo, a vontade e o trabalho de crescer, de florir e de produzir frutos. No final, somos as sementes, as plantas e os jardineiros do Criador. O campo se encontra à nossa frente e, deste modo, laborando a nossa gleba e auxiliando o próximo, podemos chegar a ser Seus engenheiros siderais na obra de expansão e crescimento do Universo e das criaturas que virão após nós mesmos. "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (Jo. 5:17).

Se não conseguimos trazer à baila todo o conteúdo que tínhamos desejo de transmitir, nestas singelas linhas, os remetemos e pedimos que leiam e reflitam sobre os outros artigos que escrevemos acerca de Deus, os quais se encontram publicados em nossas páginas e blogs. Quem sabe eles poderão ajudá-los a arregimentar acerca de Deus um pouco mais do que tentamos transmitir nestas rápidas linhas.

Resta-nos desejar e fazer votos do melhor para todos!



(Sujeito à revisão do texto. Publicado em 31/07/2014.)



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