segunda-feira, 27 de abril de 2015

AMIGOS DE VERDADE

Considero amigo de verdade somente aqueles que detém a liberdade de falar comigo qualquer coisa acerca de minha pessoa ou sobre o meu modo de ser.

Se alguém não se sente à vontade para falar conosco, seja sobre nossas atitudes, nossos conceitos, condutas, comportamentos, ideias ou para nos chamar à atenção... E se, por outro lado, não conseguem, igualmente, falar conosco de si mesmos ou sobre si, então, tais pessoas não são AMIGOS DE VERDADE. 

Do mesmo modo, devemos ter a liberdade de lhes falar qualquer coisa. Se não nos sentimos bem ou se ficamos constrangidos, inquietos, seja porque motivo for, em sermos honestos e sinceros com referidas pessoas... Nesse caso, também não estaremos na pauta de verdadeiros amigos.

Amigos de verdade são aqueles com os quais nos relacionamos de igual para igual. Com os quais temos a liberdade de falar e de ouvir... Com os quais não nos omitiremos por conveniências sociais ou afetivas... Não importa se estão ao nosso lado, se são nossos parentes, irmãos, se estão distantes, se somos casados com eles e etc..

Consideramos que quando nos chamam a atenção é buscando/visando o nosso melhor. Isto é, se estamos fazendo algo de errado ou de inadequado e se alguém fala conosco é porque quer nos ajudar. E, dentro deste contexto, mesmo que este alguém não seja nosso amigo de verdade, terá nos ajudado.

Convenhamos, a verdade doí. E não é nada agradável ouvir certas coisas, mesmo que seja para o nosso bem. Entretanto, isto acontece assim porque desde pequenos somos educados para mentir e disfarçarmos (o que é outra mentira). Verdade, verdadeira! Aceitemos ou não, é fato! Os nossos pais e educadores nos ensinam aparentemente a sermos corretos, sinceros e honestos. Porém, sub-repticiamente, talvez até de modo inconsciente, somos educados para o contrário. 

A criança observa e detecta isto (a realidade, os fatos) em todos à sua volta. Tanto em família quanto na sociedade... E, assim, cá nos encontramos nós, tendo dificuldades enormes em sermos sinceros e honestos - emocionalmente - uns com os outros.

Por conseguinte, seja por qual motivo (isto não importa muito), se uma dada pessoa, mesmo que ela se posicione como nosso inimigo ou adversário, ou queira, simplesmente, nos prejudicar de algum modo e por qualquer motivo, ao falar conosco, ela estará nos ajudando. Através de suas palavras ou com base no que ouvirmos, poderemos crescer ou nos esforçarmos para tal. Poderemos tirar do episódio possibilidades e oportunidades para aprendermos e para amadurecermos como seres humanos, como pessoas, como espíritos imortais que somos verdadeiramente e etc..

Daí, muitos inimigos acabam transformados (para infelicidade e desgraça deles) em nossos verdadeiros amigos. Pois estes nos falam sem piedade de nossos defeitos e falhas... Enquanto, muitos que estão na condição de amigos se calam, silenciam... Enquanto os nossos adversários e desafetos (não os falsos, claro!, pois se temos amigos falsos, também teremos falsos inimigos) ao lançarem em nossas faces o seu azedume, a sua ira, se temos maturidade suficiente, poderemos crescer e nos transformarmos em pessoas melhores, consequentemente, mais evoluídas. E mais libertas das teias da materialidade e da ignorância!

Ah, quem dera a humanidade pudesse viver de modo honesto e sincero uns com os outros. Em pouco tempo alcançaríamos um patamar de desenvolvimento e evolução jamais pensado. Pouco sonhado!

A desonestidade, o tentar agradar uns aos outros etc. etc. etc. devido às nossas deficiências de caráter, de moral, éticas e, mesmo, em razão das nossas carências emocionais/afetivas (infantilidade) que portamos, atravancam o nosso progresso como pessoas, como seres humanos que somos (e olha que muitos e muitas vezes chegamos a duvidar disto). Em essência,  somos seres espirituais e somos filhos de um Criador Todo Amor e Justiça (não importando o nome que lhe damos), entretanto falta-nos vivermos como tal.

Observando... Concluímos... Ainda temos muito a percorrer, há muito para aprendermos, há muito para crescermos como pessoas e como espíritos imortais. Somos infantis e muitos dentre nós ainda se encontram nas tabas e ocas primitivas, falando em termos emocionais e mentais.

Existem muitos brutos entre nós que não estão matando e destroçando tudo o que se encontra à sua volta, simplesmente, devido ao medo dos "agentes" reguladores das sociedades humanas. Porém, sempre acontece que alguns vencendo este temor primevo, de certa forma, até estribados ao não verem as consequências das ações de determinados indivíduos e grupos que se colocam acima da Lei e da Justiça, acabam quebrando as correntes que os continham e liberam suas atitudes, comportamentos e ações destrutivas, e, deste modo, terminam machucando, ou trazendo danos e prejuízos (em qualquer terreno: emocional, mental, físico, econômico, financeiro etc.) ao seu próximo, aos que estão à sua volta, ou à sociedade na qual se encontram inseridos 
transitoriamente (sim, momentaneamente, pois quase tudo na vida é passageiro, inclusive a vida física!).

Vamos refletir. Vamos pensar. Vale mesmo a pena sacrificar aquilo que é perene em função/razão daquilo que é temporário, passageiro e permanecerá para trás, esquecidos, sucumbidos ou destroçados na poeira dos tempos e dos mundos?!

Desta vida unicamente o que levamos são os conhecimentos adquiridos, as conquistas íntimas realizadas e as afeições sinceras que tivermos construído. O restante desmoronará. Ruirá! Tal como as civilizações e quaisquer outras conquistas passageiras que a humanidade conseguiu ao longo e em qualquer tempo de sua história...

Onde está a Roma dos Césares, os construtores das pirâmides e todo o resto? Já existiu grandes civilizações por sobre a Terra, algumas delas a maioria dos povos de hoje nem nunca ouviram falar; de outras, restaram apenas vestígios, escombros... indícios de uma existência duvidosa... Seja de um modo ou outro, onde estão suas conquistas e suas glórias?

O mesmo ocorre com os indivíduos...

O tempo é implacável. A evolução é irrefreável... Estrelas também morrem. Planetas são destruídos... A galáxia, cresce, evolui e se transforma... Com ela seres, mundos e estrelas serão - irremediavelmente - convocados ao progresso. Os que vão de bom grado vivem felizes, os que resistem sofrem grandes percalços e contratempos... é a aprendizagem através da dor e do sofrimento. 

Assim, não se assustem com as "problemáticas" que campeiam no mundo e nem com tanta dor e miséria, social e individual, que vergastam/fustigam os indivíduos, as sociedades e o planeta de canto a canto. Tudo está na pauta da Lei. Afinal, o Regente Supremo é uma Consciência Justa e Amorável. Não há como enganá-La, não há como suborná-La...  A Lei de Ação e Reação é indefectível e imperturbável. Compreendes isto?!

Pense acerca de tudo isto!





terça-feira, 7 de abril de 2015

PERDÃO

A imagem acima (ou ao lado) já diz tudo. Portanto, deveria ser suficiente. Não precisaríamos acrescentar mais nada. Porém, como as nossas dificuldades são imensas... Como temos muitas resistências em aceitar... Como desprezamos pensar, meditar e refletir... Acrescentaremos um pouco mais...

Diz-nos Paulo, dentre outras coisas, sobre o PERDÃO, em uma comunicação datada de 1861, recebida na cidade de Lyon, França, o seguinte: "Há, porém, duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitas pessoas dizem, com referência ao seu adversário: “Eu lhe perdoo”, mas, interiormente, alegram-se com o mal que lhe advém, comentando que ele tem o que merece. Quantos não dizem: “Perdoo” e acrescentam: “mas não me reconciliarei nunca; não quero tornar a vê-lo em toda a minha vida.” Será esse o perdão, segundo o Evangelho? Não; o perdão verdadeiro, o perdão cristão é aquele que lança um véu sobre o passado; esse o único que vos será levado em conta, visto que Deus não se satisfaz com as aparências. Ele sonda o recesso do coração e os mais secretos pensamentos. Ninguém se lhe impõe por meio de vãs palavras e de simulacros. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é peculiar às grandes almas; o rancor é sempre sinal de baixeza e de inferioridade. Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece muito mais pelos atos do que pelas palavras. – Paulo, apóstolo."

Nós conhecemos e exercitamos bastante o perdão dos lábios, entretanto o perdão do coração é algo bem, mas bem mais difícil. Não basta falar... não basta afirmar... não basta pensar... não basta achar... É algo que deverá ser sentido até às entranhas de nossa Alma e Coração para que o perdão se configure em "algo" agradável ao Senhor da Vida. Podemos nos enganar, podemos enganar o mundo, porém não temos como enganar o Criador ou a nossa própria Consciência. Apesar de que podemos narcotizar a nossa Consciência por mais ou menos tempo, porém não eternamente. E óbvio, tudo isto tem um preço. Porém, não estávamos falando disto...

Se o perdão é "algo" que "lança um véu sobre o passado", significará que a partir deste momento passarei a ter a mais absoluta confiança no outro. Caso contrário, meu perdão foi a "meias". E se foi pela metade, não foi perdão. Não terei perdoado... Não perdoei... Foi um perdão dos lábios...

Perdoar é amar, assim como amar é perdoar. E se não existe confiança, não existe também amor. E se não existe amor, não houve perdão. Deste modo, para que o perdão exista, ele necessita e deve ser INCONDICIONAL. Qualquer condicionalidade, matará o perdão!

Nós, os seres humanos, dizemos muitas coisas, mas entendemos pouco e vivenciamos menos ainda. Buda já nos alertava para os perigos de nosso desequilíbrio... Vivemos nas extremidades. Temos muitas dificuldades de viver o caminho do meio, isto é, do equilíbrio. Em outras palavras, falamos muito, mas vivemos muito pouco do que falamos. Também não gostamos muito de refletir. Pensar nos dói a cabeça!

E devido a estes e muitos outros motivos, o perdão cristão é algo desconhecido para a maioria de nós. No entanto, isto não é motivo ou justificativa para que desistamos de lutar para alcança-lo um dia... Assim, avante pois!!!

"É forçoso reconhecer que o perdão exige operações profundas nas estruturas da consciência. - Emmanuel in Abençoa Sempre."