terça-feira, 7 de abril de 2015

PERDÃO

A imagem acima (ou ao lado) já diz tudo. Portanto, deveria ser suficiente. Não precisaríamos acrescentar mais nada. Porém, como as nossas dificuldades são imensas... Como temos muitas resistências em aceitar... Como desprezamos pensar, meditar e refletir... Acrescentaremos um pouco mais...

Diz-nos Paulo, dentre outras coisas, sobre o PERDÃO, em uma comunicação datada de 1861, recebida na cidade de Lyon, França, o seguinte: "Há, porém, duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitas pessoas dizem, com referência ao seu adversário: “Eu lhe perdoo”, mas, interiormente, alegram-se com o mal que lhe advém, comentando que ele tem o que merece. Quantos não dizem: “Perdoo” e acrescentam: “mas não me reconciliarei nunca; não quero tornar a vê-lo em toda a minha vida.” Será esse o perdão, segundo o Evangelho? Não; o perdão verdadeiro, o perdão cristão é aquele que lança um véu sobre o passado; esse o único que vos será levado em conta, visto que Deus não se satisfaz com as aparências. Ele sonda o recesso do coração e os mais secretos pensamentos. Ninguém se lhe impõe por meio de vãs palavras e de simulacros. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é peculiar às grandes almas; o rancor é sempre sinal de baixeza e de inferioridade. Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece muito mais pelos atos do que pelas palavras. – Paulo, apóstolo."

Nós conhecemos e exercitamos bastante o perdão dos lábios, entretanto o perdão do coração é algo bem, mas bem mais difícil. Não basta falar... não basta afirmar... não basta pensar... não basta achar... É algo que deverá ser sentido até às entranhas de nossa Alma e Coração para que o perdão se configure em "algo" agradável ao Senhor da Vida. Podemos nos enganar, podemos enganar o mundo, porém não temos como enganar o Criador ou a nossa própria Consciência. Apesar de que podemos narcotizar a nossa Consciência por mais ou menos tempo, porém não eternamente. E óbvio, tudo isto tem um preço. Porém, não estávamos falando disto...

Se o perdão é "algo" que "lança um véu sobre o passado", significará que a partir deste momento passarei a ter a mais absoluta confiança no outro. Caso contrário, meu perdão foi a "meias". E se foi pela metade, não foi perdão. Não terei perdoado... Não perdoei... Foi um perdão dos lábios...

Perdoar é amar, assim como amar é perdoar. E se não existe confiança, não existe também amor. E se não existe amor, não houve perdão. Deste modo, para que o perdão exista, ele necessita e deve ser INCONDICIONAL. Qualquer condicionalidade, matará o perdão!

Nós, os seres humanos, dizemos muitas coisas, mas entendemos pouco e vivenciamos menos ainda. Buda já nos alertava para os perigos de nosso desequilíbrio... Vivemos nas extremidades. Temos muitas dificuldades de viver o caminho do meio, isto é, do equilíbrio. Em outras palavras, falamos muito, mas vivemos muito pouco do que falamos. Também não gostamos muito de refletir. Pensar nos dói a cabeça!

E devido a estes e muitos outros motivos, o perdão cristão é algo desconhecido para a maioria de nós. No entanto, isto não é motivo ou justificativa para que desistamos de lutar para alcança-lo um dia... Assim, avante pois!!!

"É forçoso reconhecer que o perdão exige operações profundas nas estruturas da consciência. - Emmanuel in Abençoa Sempre."


Nenhum comentário:

Postar um comentário